quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Caravela (5)

Portes de jornais

Correspondências nacionais - $05

Jornal circulado da Murtosa (10 MAR 48) para Lisboa com selo de $05 da emissão Caravela (1943), de acordo com a portaria nº 9847, de 28 de Julho de 1941 (D. do G. nº 173, 1.ª série). A tabela publicada em 6-XI-48 mantém o mesmo porte para jornais, serviço interno.

Correspondências internacionais - $40



Cinta de jornal circulada de Lisboa (17-12-49; ?23 DEZ 49) para Itália com selos de $10 (tira horizontal de 3+1) da emissão Caravela (1943) perfazendo o porte de $40, de acordo ao D. do G. 1.ª série, de 6-XI-48.
Todos os selos apresentam a perfuração FNPT (Federação Nacional dos Produtores de Trigo):

Lisboa
Autorizada em 16.10.1942
36 furos
Altura 6,5 mm
Largura 18,5 mm

A cinta apresenta uma particularidade estranha. O selo isolado está obliterado com um carimbo com data e tipologia diferentes (17-12-48) do carimbo que obliterou a tira horizontal (23 DEZ 48). Terá ocorrido um engano no porte, o qual foi corrigido mais tarde? A peça não tem pinta de ter sido manipulada...

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Caravela (4)

Correio Particular por "Mala Diplomática"
II Guerra Mundial


Num artigo publicado em (2004), o Cap. Lemos da Silveira descreve as condições de transporte de correspondências particulares em correio diplomático. Nesse estudo, o autor refere que, embora as disposições da UPU não permitissem o transporte de correspondências particulares (pessoais ou de entidades civis) em malas diplomáticas, o governo dos EUA assumiu a prática, desde que verificados os seguintes procedimentos:

"- o correio autorizado deve ser franquiado pelo expedidor com selos do pais de origem (tarifa aérea internacional)
- será transportado em mala diplomática para o Departamento de Estado (Mail Room) em Washington

- aí chegado, e após triagem, o correio das missões diplomáticas americanas será entregue à. Estacão Central do Correio da. cidade

- a ECC tem um serviço especial para manipular os objectos da mala diplomática., os quais , depois de obliterados com a marca do dia da estação, recebem o carimbo explicativo "This article originally mailed/in country indicated by postage"

- finalmente, essas correspondências entram no circuito normal do sistema postal interno." (op. cit., p. 7)
Observemos seguidamente duas cartas da minha colecção:


Fig. 1 - Sobrescrito circulado de Lisboa para Albany (EUA) com tira de 3 selos de 1$75 da emissão Caravela (1943) oblitarados por carimbo circular "WASHINGTON/AUG 1/18 pm/1943/d.c." O sobrescrito foi marcado com o carimbo explicativo "This article originaly mailed/in country indicated by postage".

Porte - carta para o estrangeiro 1$75 + sobretaxa de CA 3$50

Fig. 2 - Sobrescrito circulado de Lisboa para Nova Iorque com selos de 1$75 e 3$50 da emissão Caravela (1943) obliterados por carimbo circular "WASHINGTON D.C. 12/1944/OCT 30/1030 PM".

Porte - ver decomposição para a carta anterior.


Para além das cinco condições de admissão deste correio acima mencionadas, Silveira (2004) dá conta da marcação das correspondências com um carimbo à saída e outro à chegada.



Fig. 3 - Carimbo colocado à partida - APROVED FOR TRANSMISSION/
BY POUCH/AMERICAN EMBASSY/LISBON
- 31mm x 20mm

Fig. 4 - Carimbo colocado à chegada,
no Departamento de Estado em Washington - AM-M /from/FC - 22mm x 17,5mm



As duas marcas apresentadas aparecem no sobrescrito da Fig. 2.
Para além destas duas marcas, podemos observar outras na Fig. 1 que não são referidas no estudo de Silveira (2004). Assim, na embaixada americana em Lisboa existiam pelo menos duas marcas, que variavam apenas nas expressões AMERICAN EMBASSY e AMERICAN LEGATION:


Fig. 5 - APROVED FOR TRANSMISSION/BY POUCH/
AMERICAN LEGATION/ ??LISBOA??
- 31mm x??

Como podemos observar no sobrescrito da Fig. 1, à chegada poderia ser colocada uma marca distinta da mencionada por Silveira (2004):



Fig. 6 - MA/from FC - 23mm x 15 mm

No que respeita aos carimbos apresentados nas Figs. 4 e 6, encontramos diferentes propostas de interpretação.

Na revista TELL, Hall (1998:4-5) dá conta da existência de duas marcas "MA from FC" e "AM-M from FC", mas acrescenta que na bibliografia sobre o assunto nenhuma explicação é avançada para a leitura dos acrónimos. Face a esta dificuldade, avança uma interpretação intuitiva:

"One can only guess what they stand for . Here's a couple of mine : AM-M from FC,could be American Mail from Foreign Country; MA from FC, could be Mailed from Foreign Country " (Hall 1998: 5)

Os negritos são meus.

O autor dá ainda conta da existência de um 3º carimbo:

DC/M from FC

"DC/M from FC, could be District of Columbia/Mail from Foreign Country" (idem, ibid.)

No glossário on line Ask Phil, no entanto, é avançada outra interpretação para o acrónimo:

"boxed handstamps for diplomatic pouch mail indicating Division of Central Services/Mail from Foreign Country."

O negrito é meu.

Não possuo correspondências com origem em Portugal que ostentem esta marca.

Por sua vez, Boyle (1998) nomeia a existência de duas marcas - MA/from FC e AM-M/from/F C, mas limita-se a colocar uma hipótese de interpretação para as letras FC. De acordo com a sua hipótese, estas significariam Foreign Country.

Finalmente, Silveira (2004), embora cite legislação (UNIFORM STATE/AID/USIA REGULATIONS 334.3-4, Personal Mail), refere que a interpretação para o acrónimo AM-M/from/FC resultou de um trabalho de equipa promovido em conjunto com hisriadores postais da II Guerra Mundial. Assim, no entender do autor, o carimbo em causa significaria "Air Mail - Matter/from/Foreign Country" (op. cit., p. 8).

Para concluir, direi que sem a consulta da legislação americana que autoriza as correspondências pariculares por mala diplomática, continuamos sem saber com rigor qual a leitura dos acrónimos apostos no correio particular por "Mala Diplomática". Será, por conseguinte, necessário continuar o trabalho...

Referências bibliográficas
BOYLE Jr. Thomas (1998). Airmail operations during world war II. Mineola, NY: American Airmail Society.

HALL, D. (1998: 4-5) "Matterhorn Meanderings" in Tell VOL. XXIV, NUMBER 2.
SILVEIRA, Cap. F. Lemos, RDP (2004: 7-8). "Na segunda guerra mundial correio particular por "mala diplomática"" in A Filatelia Portuguesa nº 122 de Maio de 2004. Porto: Clube Nacional de Filatelia (http://www.filatelicamente.online.pt/r122/artigo_html/revista122_3.html)

Internet
http://www.selos-postais.com/forum/index.php?topic=5987.0

Caravela (3)

Sobrescrito porteado



Sobrescrito circulado no Porto (26 SET 50) com selo de 1$50 (Af. #699) da 2ª emissão Caravela e selos de porteado: tira vertical de 3 selos de 80C (Af. #61) e 2 selos de 30C (Af. #57), perfazendo 3$00.
Ao sobrescrito foram apostos a marca de porteado "T" e os seguintes apontamentos manuscritos a vermelho: "57" - possivelmente o número de ordem na lista da correspondência porteada a distribuir no dia; "52 g" - o peso do sobrescrito; "3$00" - o valor do porteado. A lápis azul, foram obliterados os selos de porteado com a inscrição da palavra "Porteado". O funcionário sublinhou ainda a azul as três notas manuscritas com tinta vermelha.
De acordo com a tabela de portes em vigor (cf. MARQUES 1995:258), e tendo em conta o peso do sobrescrito (52 gramas), o remetente deveria ter pago o porte de 3$00:
  • 1º porte de uma carta até 20 gramas - 1$00
  • cartas, cada 20 gramas ou fracção a mais - 2 portes - 1$00+1$00=2$00
  • total: 3$00
O sobrescrito circulou, por conseguinte, com insuficiência de franquia: 1$50 em falta. Daí ter sido porteado em 3$00, o dobro do porte em falta.

domingo, 28 de dezembro de 2008

Caravela (2)

Caravela - Nulo
Peça interessante q.b. ...



BP circulado de Praia da Areia Branca (8 SET. 63) para Lisboa (-9 SET 63)(1) Como a emissão "Caravela" tinha sido retirada de circulação em 1 NOV. de 1957, o selo foi considerado "Nulo" (círculo a esferográfica azul e "Nulo" manuscrito, também a azul). Os serviços marcaram o postal com o "T" de porteado, tendo o funcionário escrito a azul "T. 1$00". Ou seja, o dobro da tarifa postal para os BP de circulação interna ($50).
Por esta razão, foi colado o selo de porteado no valor de 1$00.


(1) O selo de porteado colado por cima da marca de 9 SET não permite identificar a denominaçao da localidade, mas é possível supor que se trata de Lisboa.

Caravela (1)

Deixando em pousio por uns tempos a emissão de Angola "Ceres. Novo Tipo", irei apresentar algumas peças curiosas das duas emissões "Caravela" (1943, 1948-49).

Para "quebrar o gelo", eis duas notificações da Secretaria Notarial Privativa dos Protestos de Letras, Livranças e Cheques recém adquiridas, que consegui salvar de uma resma de papel destinada à reciclagem:


Circulada com registo de Lisboa (23 AGO 47) para a Chamusca com selo de 1$00 (Af. #624).
Portes: $50 (cartas, até 20 gramas)+$50 (prémio de registo), de acordo com a portaria 9847, de 28 de Julho (D. do G. nº 173, 1ª série) (MARQUES 1995:254) (1)



Circulada em Lisboa (7 JAN 49) com registo. Selos de $50 e 2$00 (Af. #623 e #626).
Portes: 1$00 (cartas, até 20 gramas)+1$50 (prémio de registo) de acordo com o Decreto-Lei nº 37129, de 3 de Novembro de 1948 (D. do G. nº 256, 1ª série) e a tabela de portes fixada por despacho ministerial de 5 de Novembro de 1948 (Suplemento ao D. do G., 1ª série, de 6-XI-48) (MARQUES 1995:258).

(1)MARQUES, A.H. de Oliveira (1995) História do Selo Postal Português. 1853-1953. Vol. II Os Selos da República. Tomo I. 2ª Edição Correcta e Aumentada. Lisboa: Planeta Editora.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ceres. Novo Tipo - Perfurados B.A


Perfin B.A (Banco de Angola)

35 furos (não é conhecida a data
de autorização de uso deste perfin)




Sobrescrito circulado de Luanda (27.IX. 34) para Leiria (22 OUT 34) com selos de 30 C. e 50 C., perfazendo 80 C. correspondentes ao porte de uma carta até 20 gramas (de acordo com a tabela de correspondências publicada no Boletim Oficial de Angola nº 42 de 17.10.1931).

pormenor do sobrescrito


taxas de 40C., 85C. e 2 A.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Ceres. Novo Tipo - Provas e Ensaios

Num blog, a ordem lógica é difícil de respeitar... Como texto fragmentário, um pouco à semelhança do diário, vamos apresentando pequenas porções de um todo... Enfim, impera a subjectividade...
Numa colecção, as provas e ensaios ocupam uma secção inicial. Estas, que apresento, surgem já in medias res... O leitor não levará certamente a mal esta arbitrariedade...

Provas
Prova do Cunho N/Dent. sem Taxa, impressa isoladamente
com largas margens em preto s/ P. Porcelana.
61mm x 55mm


Prova do Cunho N/Dent. sem Taxa, impressa isoladamente
com largas margens em azul violeta s/ P. Porcelana
31mm x 29,5 mm

Ensaios de Cor
.

Ensaios de Cor Denteados 11½ sem Taxa em amarelo ocre,
castanho vermelho, azul, azul escuro, violeta,
verde, carmim e vermelho.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Mata-borrão 3

Caça e pesca em Angola

Há tempos encontrei estas duas brochuras publicitárias editadas pelo Centro de Informação e Turismo de Angola:


Centro de Informação e Turismo de Angola (s.d.)


Centro de Informação e Turismo de Angola (s.d.)

Gostei imediatamente delas. Em particular, pelo sentido de humor evidenciado pelo ilustrador. A brochura da caça é, a esse título, especialmente bem disposta pela atitude "cool" de alguns animais, contrastando com o ar aflito do caçador. Enfim, um folheto "quase" politicamente correcto, não fora dar-se o caso de dizer respeito à caça...
Eis algumas das páginas interiores do primeiro folheto:

Zonas de protecção da Fauna


Distribuição das principais espécies cinegéticas

São seguramente duas peças interessantes para uma "classe aberta" sobre os temas em apreço. Ainda que não seja esse o caso, o primeiro vai fazer companhia à emissão "Animais de Angola" de 1953.



O folheto sobre pesca faz referência a uma zona a sul de Luanda para onde cheguei a ir pescar com o meu padrinho: o Morro dos Veados. Bons tempos! Era miúdo. Nunca vi sítio onde fosse tão fácil pescar...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Ceres Novo Tipo - Marcofilia 3

Marcas de Correio Ferroviário

Para a compreensão das condições em que se fazia a condução de cartas de estação em estação pelos condutores dos comboios, cito uma síntese do regulamento aprovado para o efeito, da autoria de E. Correia (1998:28):

"2 - As cartas deveriam ser entregues nas estações ferroviárias, não sendo permitida a sua aceitação no correio, nem por empregados postais.

3 - Os chefes de estação ou outros funcionários encarregues do serviço deveriam obliterar as cartas com a marca do dia, e caso não haja, carimbo especial a isso destinado. Como não são conhecidas marcas de dia nas estações ter-se-á utilizado as marcas das estações ferroviárias na obliteração da correspondência.

4 - Ponto importante da regulamentação é o parágrafo 2º do Artº 8º, que limita a utilização do sistema à correspondência interna."

Vejamos seguidamente alguns exemplos da utilização destas marcas.

Algumas Estações do Caminho de Ferro de Luanda


CACUACO (CCC1_P)


LOMBE (LMB_1_VLT)



LOANDA (LND 3 - P)



MALANGE (MLG 4 - AZL)

É curioso notar que a taxa da emissão Ceres. Novo Tipo em que estas marcas aparecem (com maior frequência) é a de 50 C., a qual correspondia ao porte de uma carta até 20 gramas permutada na colónia (ou para ser mais rigoroso, em todos os territórios do Império Colonial Português; também era aplicável nas correspondêncas para o Brasil, Espanha e suas colónias e, ainda, para os países signatários da União Postal Africana) , de acordo com a tabela de portes publicada no Boletim Oficial de Angola nº 22 de 03-06-1942.

Para a visualização de outras marcas de Correio Ferroviário do Caminho de Ferro de Luanda, sugere-se a consulta da seguinte página:

Selos Postais - Caminhos de Ferro de Luanda


Referências bibliográficas
CORREIA, E. (1998: 26-32) História Postal de Angola (3). Condução de cartas de estação a estação pelos condutores dos comboios, Boletim do CFP nº 382, Lisboa.

Ceres. Novo Tipo - Obliterações manuscritas




Sobrescrito circulado do Muié (3/1/938), com trânsito pelo Moxico (10 JAN 1938) e Luanda (ilegível), para Bangor, Ma., USA, com 2 selos de 80C e 15C, perfazendo 1$75, correspondentes ao 1º porte de uma carta para o Estrangeiro.





Sobrescrito circulado de Môngua (30-9-938) para Lourenço Marques (10 OUT 1938), com trânsito por Mossâmedes (-5 OUT 38), com selo de 80 C.. Porte de uma carta até 20 g para correspondências permutadas com países signatários da União Postal Africana.

Mata-borrão 2

Caderneta de voo para piloto de aeroplanos

Concedida a Pedro Manuel Sousa Sias de Brito em 17 de Outubro de 1962 por Óscar Henrique Lupi e Costa (Pepi Costa). A caderneta contém 75 folhas para averbamentos, numeradas e autenticadas com a chancela do Director do Serviço de Aeronáutica Civil da Província de Angola.

Os registos de voo abrangem um período de 2 anos e 6 meses (13-3-963 a 19-9-965). Os voos foram efectuados numa avioneta Piper J3C - 65 Cub
Pormenor da pág. 1



Avioneta Piper J3C 65 Cub



Selos fiscais de Angola. Taxas de 5$00 e 20$00. Anulados com marcas batidas a violeta dos Serviços de Aeronáutica Civil da Província de Angola. Assinatura de Óscar Henrique Lupi e Costa em 17/X/962

Mata-borrão 1

mata-borrão - papel não encolado us. para absorver a tinta de escrever fresca ou para outros usos, como chupar a água na filtragem de uma mistura líquida (Houaiss)

Dou início a uma série de mensagens breves. O objectivo da categoria mata-borrão é o de dar a conhecer e/ou lembrar livros e material impresso de natureza diversa, perdidos ou ociosos em estantes de alfarrabistas ou em obscuros armazéns.

O mata-borrão irá absorver estados de espírito relativamente a material impresso que vá aparecendo.

SELOS EM ANGOLA. Boletim do Clube Filatélico de Angola





Revista bimestral publicada em Luanda pelo Clube Filatélico de Angola entre os anos de 1970 e 1975. Foram publicados 35 números. O primeiro data de JAN/FEV de 1970 (ver supra). O último, com o nº 34/35, data de JUL/OUT de 1975.

Curiosidades
A revista chegou a ter uma tiragem apreciável de 1500 exemplares.

O último sócio inscrito é o número 993 - Luís António Ribeiro Lopes (cf. pág. 29 do nº 34/35)

Segundo um amigo filatelista que chegou a ser sócio do Clube Filatélico de Angola, antes da publicação do Boletim "Selos em Angola", o Clube Filatélico de Angola publicava e enviava aos associados Circulares policopiadas em stencil. Estas circulares, para além de notícias filatélicas, tinham também pequenos artigos filatélicos. A primeira Circular foi emitida em 1965 . Eis a lista de Circulares publicadas e respectivo ano:

1965 - 3
1966 - 4
1967 - 2
1968 - 12
1969 - 11

Nota: agradeço a Elder Correia a sua disponibilidade e prontidão para acorrer aos meus insistentes pedidos de informação.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Ceres. Novo Tipo - Marcofilia 2

Carimbos numéricos de duplo círculo


Em Angola, foram utilizados três tipos de carimbos numéricos de duplo círculo: (i) Tipo 1 - números 1 a 20; (ii) Tipo 2 - números 21 a 30; (iii) Tipo 3 - números 31 a 40.
Reproduz-se seguidamente uma imagem para melhor identificar as diferenças entre os três tipos de carimbos (cf. CORREIA 2006: 19-30):


CORREIA (2006: 21)

Apresento de seguida algumas imagens de peças da minha colecção:

Carimbo numérico 12 - CUÍMA



Sobrescrito circulado do Balombo (20.2.35) para a França, com trânsito por Benguella (data ilegível), com selos de 50 C. e 80C., obliterados com carimbo numérico volante "12", atribuído ao Cuíma por ordem de serviço nº 403 datada de 11.12.1913.
A carta é também interessante porque poderá ser a prova de que o carimbo 12 terá migrado do Cuíma para o Balombo, uma vez que em 35 já estaria em uso um carimbo diferente no Cuíma e, no verso, a morada do remetente corresponde à Missão Católica do Balombo.

Carimbo numérico 18 - GANDA



Sobrescrito circulado da Ganda (15.10.33) para a Alemanha, com trânsito pelo Lobito (16.10.33), com selos de 5c, 10, 50c e 1A, obliterados com carimbo numérico volante "18", atribuído à Ganda.



Carimbo numérico 28 - ANDULO

Sobrescrito circulado do Andulo (26.06.35) para os EUA, com trânsito pelo Bié (27.06.35) com 11 selos de 15 C. e um selo de 10 C. s/ 45 C., obliterados com carimbo numérico volante "28", batido a preto.


Carimbo numérico 35 - ICOLO E BENGO (CABIRI) / DONDEIRO



Sobrescrito circulado de DONDEIRO(?) (10-5-35) para os EUA, com 2 selos do 85 C. e um do 5C. obliterados com o carimbo numérico de duplo círculo 35 atribuído a ÍCOLO E BENGO de onde terá migrado para DONDEIRO.

Carimbo numérico 39 - BENGUELA-VELHA (Porto Amboim)



Sobrescrito circulado de Porto Amboim (2-2-36) para a Polónia, com 4 selos do 10 C. obliterados com o carimbo numérico de duplo círculo 39 - Benguela-Velha ou Porto Amboim


Referência bibliográfica:

CORREIA, E. (2006: 19- 30) "História Postal de Angola (13). Carimbos numéricos de duplo círculo", Boletim do CFP nº 412. Lisboa.

Péssima ideia viajar como encomenda...

Talvez não tivesse sido necessário escutar um conto deliciosamente perverso de Lou Reed narrado por John Cale com voz de locutor de rádio p...